
Para beber, tinham a chuva, como comida, comiam um grão de arroz ou um caldo de musgo,ou as fezes de um pássaro que passasse. Estavam tentando dominar o sofrimento tornando as suas mentes tão fortes que se esquecessem dos seus corpos.
Então... um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno...
e se a deixares solta demais, ela não toca."
Se apertares esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca.
Uma aldeã ofereceu a Siddhartha a sua taça de arroz.
E pela primeira vez em anos, ele provou uma alimentação apropriada.
Mas quando os ascetas viram o seu mestre banhar-se e comer como uma pessoa comum, sentiram-se traídos, como se Siddhartha tivesse desistido da grande procura pela iluminação.
(Siddhartha os chamou)
- Venham...
- e comam comigo.
Os ascetas responderam:
- O caminho para a iluminação está no Caminho do Meio.
- É a linha entre todos os extremos opostos.
É um caminho muito sutil, que só se apresenta aos olhos da alma... e somente depois que atingimos um determinado ponto no desenvolvimento dos dois caminhos iniciais que todo ser humano deve trilhar antes de encontrá-lo: o caminho da alma e o caminho do mundo...
Através da religião ou busca mística, despertamos a centelha divina que nos permite estabelecer uma ligação profunda e permanente com a sabedoria do Universo. Este será o caminho da expressão interna, da essência, do invisível... o caminho da alma...
Entretanto, a busca mística somente não basta. Afinal o próprio nome já indica: Caminho do MEIO.
É necessário também que se encontre seu lugar no mundo, geralmente bem visível para quem segue sua vocação, seu dom, seu talento, enfim, o nome que queiram usar... Este será o caminho de expressão externa, do visível, do físico... o caminho do mundo...
O ser humano é de natureza DUAL e jamais encontrará seu caminho do meio, se não desenvolver esses dois aspectos de sua natureza de forma conjunta e harmônica, ou seja, seus dons e talentos terão a função de expandir o lado objetivo e sua busca mística de expandir seu lado subjetivo.
Entretanto, um fato comum, é que se confunda um desses dois caminhos com o principal. Cria-se então um apego exagerado ao externo ou interno, gerando desequilíbrio. Quando isso ocorre, todo o processo evolutivo fica em suspenso até que ambos atinjam o mesmo nível de desenvolvimento. Por isso é que alguns caminham mais rápido que outros: uns percebem essa ligação e outros não...
Assim sendo, quando ambos atingem esse determinado ponto em sua escala evolutiva, percebe-se claramente quais são esses dois caminhos, quais foram suas lições e como se completam perfeitamente...
Somente a partir dessa nova consciência, surgirá então esse outro caminho... O nosso caminho do meio!
Aquele que nada mais será do que a união dos dois outros anteriores, devidamente lapidados e desenvolvidos!
Neste novo caminho poderemos então, cumprir nossa missão de forma plena e consciente. Estaremos preparados externa e internamente para manifestar tudo de divino que trazemos na alma e com certeza, seremos um instrumento através do qual o Universo se manifestará, trazendo evolução e luz a todos que estiverem à nossa volta!
Por : Débora Casalechi
Fonte:http://somostodosum.ig.com.br/
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