
Não se engane pela impressão das imagens, "Onde os Monstros Vivem", que estreia no circuito nacional no dia 15 de janeiro, não é um filme infantil. Baseado no livro homônimo que está na cabeceira de dez entre dez crianças nos Estados Unidos, o longa de Spike Jonze é triste, sombrio e mostra uma imagem da infância nitidamente vista pelos olhos de adultos. O drama do pequeno Max (Max Records), que entra em conflito com a mãe (Catherine Keener) e com a irmã (Pepita Emmerichs) por relutar em aceitar o amadurecimento e o mundo dos adultos, fugindo para uma ilha de criaturas fantásticas onde cria um verdadeiro paraíso infantil é encantador, mas tem um problema fundamental: definir seu público-alvo.
Visualmente, "Onde os Monstros Vivem" é impressionante e consegue tocar com imagens que evocam as memórias da infância dos espectadores. Quem conseguir viajar com a sensibilidade do longa vai facilmente identificar facetas de Max e seus problemas nos monstros da ilha, além de perceber as várias referências aos conflitos que toda criança enf

Mas nem todo adulto é facilmente tocado pelo visual infantil do filme, e que é pouco recomendado para crianças. Apesar de belo e emocionante, o longa mantém um clima de melancolia do início ao fim. Todos os personagens parecem tristes e o agrado ao público infantil está apenas em algumas cenas mais animadas do grupo. A história e os complexos conflitos em jogo dificilmente vão agradar os mais jovens. Em alguns países nos quais foi lançado, "Onde os Monstros Vivem" não chegou a ser censurado, mas recebeu indicações de não-recomendado para crianças.
No fim, é fácil entender porque o filme foi eleito como um dos melhores do ano passado (ele foi lançado internacionalmente em dezembro) por vários críticos nos Estados Unidos. Ele é sensível e consegue despertar de maneira exuberante a simplicidade, as alegrias e as tristezas da infância. No entanto, "Onde os Monstros Vivem" deixa a nítida impressão de que não é um filme para todos.
Veja o trailer do filme
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